Chegada a Meknés

Chegámos a Meknés ao final da tarde. Procurávamos um parque de campismo e acabámos, sem querer, por entrar para o centro da cidade. Sabíamos que havia (ou tinha havido) um parque de campismo no centro, mas não conseguimos encontrar qualquer indicação. Andámos completamente perdidos por avenidas enormes de trânsito caótico e decidimos parar para pedir orientações a um polícia. Como não tinha conhecimento de nenhum parque de campismo por ali, pedimos-lhe indicações para um posto de turismo. Num francês um tanto ou quanto estranho, disse-nos qualquer coisa como isto: "no décimo segundo semáforo viram à direita, depois no nono semáforo viram novamente à direita e depois no sexto à esquerda."

Bem, lá fomos avenida acima a contar semáforos e, como é óbvio, perdemo-nos no meio de tanto semáforo e pseudo-semáforo. Acabámos por encontrar a enorme praça onde, supostamente, estaria situado o posto de turismo, mas já não estava. Tinha mudado as instalações sabe-se lá para onde. Ao menos ficámos a conhecer esta praça, denominada Place Administrative, que de outra forma, provavelmente, não conheceríamos. Ficava na "Ville Nouvelle" e, como íamos dispender apenas de uma manhã para visitar Meknés, optámos pela Medina e pela Cidade Imperial.

Decidimos então sair da cidade e procurar um outro parque de campismo que sabíamos ficar a cerca de 14 km de Meknés, na estrada para Moulay Idriss. Atentos ao conta-quilómetros lá fomos nós em busca do parque perdido e, depois de nos perdermos novamente e de passarem mais de 14 km, fizemos inversão de marcha e encontrámos um pequeno parque, com um certo ar de abandonado, de seu nome "Belle Vue".

Estava a preparar-se para o início da época alta, a fazer algumas obras e ainda sem electricidade, explicou-nos o simpático proprietário que se prontificou logo para puxar uma extensão de um gerador, para a nossa tenda. Ainda nos arranjou uma mesa e duas cadeiras para montar esplanada. Os únicos ocupantes do parque eram dois rapazes, cada um com uma Renault 4L de matrícula francesa.

As casas-de-banho tinham louças e azulejos novos, mas o trabalho dos pintores foi tão eficiente, que se avizinhava ali uma tarefa árdua para retirar os milhares de pingos de tinta branca espalhados pelos azulejos, pelo chão e pelas louças... A noite já estava a cair e, depois de montarmos a tenda, começámos a preparar uma refeição quentinha, que caiu que nem ginjas, depois de um dia inteiro a comer sandes e fruta. E, finalmente, o merecido descanso, depois de uma longa jornada... hora para relembrar a viagem e ver as fotos do dia.

Uma bela noite de primavera, no meio do campo, a respirar ar puro, na nossa caminha de férias. Acampar é de mais! Seguiram-se umas belas horas de descanso merecido, até o sol raiar...

Sem comentários: