Meknés, cidade imperial

Meknés foi fundada no século X, mas foi sempre uma cidade pequena ensombrada por Fez, sua vizinha e rival. Só no reinado do Mulei Ismail, em 1672, Meknés se tornou cidade imperial. O sultão realizou projectos arquitectónicos em grande escala, construindo portas, muralhas, mesquitas e palácios, tendo a cidade sido descrita como a Versailles de Marrocos. No entanto, estes ambiciosos projectos levaram à expoliação de outros monumentos, como as ruínas romanas de Volubilis e o palácio el-Badi, em Marraquexe, onde o Mulei Ismail se "abasteceu" de materiais de construção, destruindo património de valor incalculável... Ficam aqui alguns registos de portas e muralhas monumentais:

O primeiro lugar de culto construído pelo Mulei Ismail foi a Mesquita Lalla Aouda, em 1680, que é um dos poucos projectos do sultão que permanecem intactos: A cidade tem três zonas: a Medina, a Cidade Imperial e a Ville Nouvelle. Apesar de termos passado pela parte nova da cidade, no dia anterior, aquando da nossa chegada, dedicámos a visita apenas à medina e a parte da cidade imperial, pois o tempo era escasso. Entrámos na Praça el-Hedime, uma praça extensa com algumas lojas e cafés, que fica no início da Medina, onde nos aventurámos logo de seguida.

Como qualquer medina, a de Meknés também é um tanto ou quanto labiríntica e decidimos percorrer as ruas, sem rumo, simplesmente a apreciar os marroquinos e o seu modo de vida: vender tudo e mais alguma coisa! As ruas enchem-se de gente, de cores, cheiros e sons. Aliás, a música é constante:

Os marroquinos são vendedores por natureza, é a única coisa que sabem fazer, e é impressionante ver como algumas pessoas subsistem a vender as coisas mais surreais.
E em qualquer canto ou esquina montam a sua pequena banca...

Para além do mercado que se faz, diariamente, na Medina, Meknés tem um grande mercado coberto, à semelhança dos mercados que existem em qualquer outro local. Aqui também se encontra de tudo um pouco, mas essencialmente produtos alimentares. Há bancas coloridas e meticulosamente arrumadinhas:

E, por outro lado, há outras que denotam a inexistência de uma ASAE por terras marroquinas...

O vizinho do lado direito vende ovos e galinhas vivas, enquanto o do lado esquerdo as vende já depenadas... Não sei com que finalidade, mas aqui aproveitam-se todas as partes do gado...

O passeio pelo mercado deve-nos ter aberto o apetite e passámos pela Praça el-Hedime para almoçar e retemperar forças para a viagem até Fez, onde iríamos passar a noite, esperando que desta vez a tarefa de encontrar um parque de campismo fosse mais fácil. Mapa na mão e seguimos em direcção à saída de Meknés.

Mas não poderíamos deixar esta cidade sem uma boa aventura para contar. Próximo episódio: encontro imediato com a polícia marroquina...

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