Passear na vila azul

Acordámos numa manhã cinzenta e fresca e deliciámo-nos logo com a vista do nosso terraço, o silêncio das alturas e o ar fresco e puro das montanhas.

Tomámos um duche, arrumámos as coisas e fomos guardar as mochilas no carro. Seguimos em direcção à Praça Uta el-Hammam para tomar o pequeno almoço e demos com uma simpática e acolhedora esplanada com mesas e bancos de ferro pintado de azul, toalhas e almofadas coloridas. No interior de um arco em ferro, uma esplanada mais reservada foi o local escolhido para comer e consultar no guia o que iríamos visitar de seguida.

Saboreámos calmamente torradas e sumo de laranja natural, enquanto apreciávamos o comerciante da loja em frente que, durante todo o tempo que lá estivemos (mais de meia hora), esteve a tirar um monte de tralha de dentro das portas, que estavam completamente a abarrotar, e a pendurar cá fora. Quando saímos esta operação ainda não estava terminada e comentámos que seria trabalho para a manhã toda. A partir da hora de almoço começaria o processo de arrumação da tralha, concluímos a rir...

Parámos na praça para tirar umas fotos à Kasbah e à Grande Mesquita, que estava em obras e coberta de andaimes, ou seja, não deu para fotografar grande coisa...

Seguimos pela Medina em direcção ao bairro Souika, onde se podem ver algumas das mais bonitas casas de Chefchaouen, com portas esculpidas e decoradas.

As casas pintadas de azul dão um ar muito castiço à vila e é impressionante ver como são bem tratadas e preservadas. Há ruas completamente azuis, em que até o chão é pintado com essa tinta em pó, misturada depois com água, que se vende um pouco por todo o lado.

O mais estranho é pintarem apenas o rés-do-chão, os outros andares, na sua maioria, são brancos ou da cor da terra. Deve ser para poupar, até porque, não sei se pelo facto de o dia estar cinzento, as pessoas andavam um pouco cabisbaixas. E assim viam apenas azul...

O trânsito na medina, por vezes, tornava-se perigoso. Não o de automóveis, claro, mas o de burros e carroças, dos quais tínhamos, constantemente, de nos desviar. Por vezes as ruas eram tão estreitinhas que tínhamos de nos encostar à parede e de nos encolher...

Passeámos por entre pequenas lojas, onde comerciantes e artesãos expunham os seus coloridos produtos. De legumes a peixe, passando por roupas e cerâmica, vende-se de tudo um pouco.

Chefchaouen é conhecida pelos seus inúmeros tecelões, sendo famosas as suas jeelabas de lã, que são tecidas nas oficinas do Souika (pequeno mercado), bem como os seus tecidos às riscas coloridas. O que mais impressiona em Marrocos são as cores e os cheiros. Ficam as cores, imaginem os odores...

2 comentários:

Lc disse...

Parece a ser uma viagem interessante e cheia de aventura.
Gostei, principalmente da mota a gasóleo. lol

Anónimo disse...

Para o passeio pela bonita vila:
Guns N' Roses - Paradise City

http://www.youtube.com/watch?v=IaCHn5O5C9A
:)